Déjà Vu - Rafael Vital

Páginas: 224

Editora: Novo Século

Selo: Talentos da Literatura Brasileira

Sinopse: FABRÍCIO reside no coração da cidade de São Paulo. Todos os dias acorda cedo, sai para trabalhar e parte para sua maratona diária. No entanto, essa rotina se rompe ao descobrir que os misteriosos sonhos que ele teve desde criança – com pessoas estranhas e até conhecidas, acidentes de carro e atropelamentos – na verdade são visões daquilo que pode acontecer. As coisas agora parecem fugir do controle após sonhar que Juliana, sua namorada, é sequestrada. Fabrício, então, se sente obrigado a mudar o rumo do trágico sonho e mergulha numa incrível perseguição para poder salvá-la. Porém, como seguir os rastros de um nebuloso sonho e antecipar um lapso do tempo? E onde procurar os cenários apresentados em suas visões e encontrar os personagens, que parecem se conectar de forma confusa a todo momento?

Fabrício é um jovem centrado, que saiu de sua cidade do interior para estudar na grande São Paulo. Para se manter por lá, realiza jornada dupla, trabalhando durante o dia. Porém, a vida atribulada não é o maior de seus problemas. Há anos, o rapaz tem sonhos que acabam por se tornar previsões acertadas do que está por acontecer.

Enquanto luta pelos seus objetivos profissionais e descobre o amor, o protagonista de Déjà Vu é levado, por suas visões, a uma rede de intrigas que pode causar mais danos a ele e aos que estão a sua volta do que ele poderia sequer chegar a supor.

Déjà Vu, romance de estreia de Rafael Vital, tem uma premissa um tanto quanto interessante. A sinopse, apesar de não muito inovadora, poderia dar um livro muito bom se bem executada. No entanto, temo dizer que não é bem isso que encontrei.

Como pontos positivos, primeiramente, posso ressaltar que o ritmo dos acontecimentos é bom, eles são relativamente bem encadeados. O livro é leve, curto e rápido de se ler. A história presente nas páginas desse romance tem seu brilho e seu potencial, e por isso parabenizo o autor.

No entanto, acredito que havia ainda muito a ser trabalhado no romance, e alguns aspectos ficaram bastante crus. A escrita, primeiramente, parece-me cair em erros primários, deixando a desejar no sentido de não ser tão crível, de o autor não ter dominado os mecanismos que tornariam a história fluida e a leitura mais agradável. Acaba por tornar-se, assim, um tanto rasa.

Achei também, infelizmente, os personagens um pouco bidimensionais, sem a complexidade necessária. Tanto o protagonista como todos os que o cercam são bastante clichês, o que os impede de ganhar vida na mente do leitor de uma forma, novamente, mais crível.

 Além disso, em alguns momentos há algumas emissões de opinião que julgo problemáticas, como quando o protagonista, num fluxo de pensamento, diz que novelas são apropriadas ao gosto feminino, numa generalização infeliz. Esse tipo de senso comum permeia o livro, e não posso passar sem dizer que me deixou incomodado.

Sem mais delongas, até porque resenhas negativas são para mim as mais árduas e não gosto de me prolongar nelas, acredito que Déjà Vu mais se assemelhou, para mim, a um rascunho que a um romance propriamente acabado. Espero que, em livros futuros, o autor seja mais feliz na execução de suas ideias, que acredito terem bastante potencial, assim como tinha a premissa dessa história.