O Lado Bom Da Vida – Matthew Quick

Editora: Intrínseca

Páginas: 254

Sinopse: Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que se lembra é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um “tempo separados”. Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com o pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida. Uma história comovente e encantadora, de um homem que não desiste da felicidade, do amor e de ter esperança.

Em O Lado Bom da Vida, vemos a história de Pat, após passar um tempo internado por problemas psicológicos após a separação de sua esposa Nick. De volta a casa de seus pais, tudo o que ele quer é retomar sua vida, e principalmente o seus casamento. Porém, os últimos anos de sua vida não passam de um borrão, ele não se lembra com clareza deles.

Mas não será tão fácil para ele retomar sua vida, e recordar do porque ela se transformou de tal maneira, quando ninguém parece disposto a dizer exatamente quanto tempo se passou e o que aconteceu nesse período.

A vida de Pat muda completamente quando ele conhece Tiffany, uma garota desequilibrada, que após a morte do marido Tommy tornou-se uma viciada em sexo casual. A segurança de estar ao lado de alguém que os possa entender, constrói entre Pat e Tiffany uma relação capaz de sanar as dores de ambos.

Pat é um dos personagens mais encantadores que já conheci, é um exemplo de alguém que encontra forças na esperança e procura enxergar sempre o lado bom da vida, titulo bastante adequado para essa obra. Vemos o drama familiar de Pat, com um pai que mal fala com ele, um irmão que o ama embora ele tenha perdido muitos dos acontecimentos mais importantes da vida daquele, e uma mãe que é exemplo de força e do amor maternal e incondicional. Mais do que Pat acredita no lado bom da vida, sua mãe acredita na sua recuperação e isso é notável.

O transtorno mental de Pat foi bem retratado, de forma que rimos e choramos com suas crises, ele é um homem em busca de si mesmo, que às vezes se irrita agredindo quem ama, e às vezes chora como uma criança. Achei simplesmente hilárias as passagens onde Pat alucina e vê diante de si o maior de seus terrores, o músico Kenny G., aliás, acho que o filme(tem post dele aqui no blog) perdeu muito em risadas por não ter incluído esses momentos do Pat.

A Tiffany é uma personagem muito sofrida, a dor e o remorso que ela sente pela perda do marido é palpável, e sua personalidade embora transtornada é bastante forte.

Indico o livro para aqueles que gostem de um romance nada convencional, com toque de comédia.

Trechos:

“Depois que voltei para Nova Jersey, pensei que estava em segurança, porque eu não achava que Kenny G pudesse deixar o lugar ruim, o que agora percebo que é bobagem, porque Kenny G é extremamente talentoso, cheio de recursos e uma força poderosa a ser considerada.”

“O Sr, G pode não parecer malvado, mas eu tenho mais medo dele do que de qualquer outro ser humano.”