Onze Minutos - Paulo Coelho

Páginas: 191

Editora: Gold

Sinopse: É assim como um conto de fadas para adultos, que começa este novo romance de Paulo Coelho. É uma abordagem franca e uma profunda sensibilidade que o autor de O Alquimista conta esta história sobre os mistérios do amor e o poder da sexualidade. Maria, uma mulher oriunda de uma pequena cidade do Brasil, descobre rapidamente o poder que a sua beleza exerce sobre os homens. Desiludida com o amor romântico e desencantada com a paixão, é levada a trabalhar numa boîte na Suiça, onde aprende a viver do sexo e a utiliza-lo para satisfazer os outros. Mas à medida que se vai aperfeiçoando e criando o distanciamento necessário entre si e o seu corpo, sente cada vez mais que está a deixar morrer uma parte importante de si. A história de Maria é a história de uma mulher que ousa transgredir e desafiar a estrutura de uma vida banal para descobrir o poder redentor da paixão. O erotismo e a sensibilidade de Onze Minutos constituem uma reflexão profunda sobre a história e a natureza da sexualidade e o papel que desempenha na busca do sagrado. 

Onze minutos começa com Maria ainda menina, e narra as suas descobertas sexuais os primeiros amores e as transformações pelas quais a protagonista passa ao longo da vida até chegar no ponto em que a história central é construida. As primeiras páginas do livro chegam a fazer-nos rir, pois a falta de informação da Maria com relação ao seu próprio corpo e a vida a levam a situações inusitadas. Vemos também uma Maria sonhadora, que acaba por se decepcionar e desacreditar do amor.

Maria, já crescida trabalha em uma loja de tecidos onde seu patrão é apaixonado por ela. Mas esta garota, de cidade pequena tem um grande desejo de mudança faz uma viagem ao Rio de Janeiro onde conhece um estrangeiro que a leva para a Suiça com a promessa de um emprego como dançarina de Boate. Com o tempo ela se cansa dessa vida e resolve tornar-se modelo. Depois após ter contato com alguém do ramo Maria entra para a prostituição e começa a ganhar a vida com o sexo.

A obra, assim como todas as que o autor nos apresenta tem um toque de religiosidade e de misticismo, e retrata alguns rituais como por exemplo o sadomasoquismo, que alia a dor ao prazer, nos quais a protagonista se envolve. O pintor Ralf, homem religioso, senssível e sobre tudo diferente dos outros que Maria conheceu, a resgata do limbo espiritual em que ela esta vivendo, e tenta purificar seu coração, resgatar suas eperanças na vida e no amor.

O livro é muito pesado e descreve detalhadamente as relações de Maria com seus clientes, então é um livro que é preciso estar preparado para se ler, pois diferente dos eróticos além da sexualidade o realismo da obra choca, então é preciso preparo para ler e absorver a leitura. Indico a obra para quem goste de histórias realistas, com aspectos sociais e das obras de Paulo Coelho.

Trechos:

"Durante toda a minha vida, entendi o amor como uma espécie de escravidão consentida. É mentira: a liberdade só existe quando ele está presente. Quem se entrega totalmente, quem se sente livre, ama o máximo.
E quem ama o máximo, sente-se livre.
Por causa disso, apesar de tudo que posso viver, fazer, descobrir, nada tem sentido. Espero que este tempo passe rápido, para que eu possa voltar à busca de mim mesma - encontrando um homem que me entenda, que não me faça sofrer.
Mas que bobagem é essa que estou dizendo? No amor, ninguém pode machucar ninguém; cada um de nós é responsável por aquilo que sente, e não podemos culpar o outro por isso.
Já me senti ferida quando perdi os homens pelos quais me apaixonei. Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém.
Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la."