A Fúria Dos Reis – George R. R. Martin

Editora: Leya

Páginas: 624

Sinopse: Um cometa vermelho como o sangue cruza o céu ameaçadoramente. E o caos reina em Winterfell. Dragões ameaçam os Sete Reinos, e clãs se dividem em busca de poder. Uma princesa se disfarça como órfã, e a magia tenta impedir a força das espadas. Uma terra onde irmão luta contra irmão, e a morte caminham na noite fria. Em A Fúria dos Reis nada é o que parece ser, e inocência é uma palavra que não existe. Quando os reis estão em guerra, a terra toda treme!

Olá pessoas! Inicio esse post pedindo desculpas pelo seu tamanho, e pela quantidade de spoilers que deve haver, mas vocês hão de concordar comigo que é difícil resenhar uma série tão grande e cheia de acontecimentos como As Crônicas de Gelo e fogo, sem revelar minimante dos acontecimentos que podem comprometer o entendimento do texto. Então se você ainda não leu o primeiro volume, (resenha aqui) PARE IMEDIATAMENTE!

A narrativa de Martin prima pela descrição e narra o estado de cada personagem de modo que revela o seu intimo pensar, o que faz com que nos aproximemos dos mesmos, despertando o amor e o ódio de acordo com as intenções de cada um.

Minha principal (e confesso que já esperada) surpresa, diz respeito à Tyrion Lanister, que se mostra esperto e ardiloso. Confiado por Lorde Twin na posição de Mão do Rei substituto, (enquanto Jaime era aprisionado em Correrrio e Lorde Twin haveria de liderar as tropas em seu lugar.) age conforme os seus próprios instintos, com o intuito de por fim as imprudências do sobrinho Rei Joffrey, ainda que isso signifique passar por cima da vontade de Cercei.

“– Então, o que vai fazer senhor, agora que é a Mão do Rei? – Shae perguntou, enquanto ele enchia a mão com aquela carne quente e adorável.

– Uma coisa que Cercei jamais esperará – murmurou Tyrion suavemente contra seu pescoço magro. – Vou fazer... justiça.”

Robb Stark é proclamado Rei do Norte, o que nos mostra a evolução sofrida pelo personagem entre o primeiro e o segundo livro, o menino que ainda lutava com espadas de madeira, então lidera um exército com maestria, honrando a Casa Stark e mostrando o quanto aprendera com seu pai.

Stanis Baratheon, pouco destacado no primeiro volume, herdeiro legitimo do Rei Robert, também entra na luta para conquistar o trono de ferro. Aliado à misteriosa Melisandre, cultua o Deus dela e forja para si um espada Luminífera sobre a qual recaem lendas e mistérios místicos, aliando-se a forças do mal para conquistar para si o poderio de seu irmão Renly, que unira forças com Jardim de Cima, para marchar contra os Lanister.

Nesse livro vemos ainda mais a ascensão de Daenerys Tagaryen, que mostra de fato ser do sangue do dragão, quando o cometa vermelho cruza o céu no momento em que ela queimava o corpo sem vida de Drogo, junto com Mirri Maz Durr, que havia tirado a vida de seu filho ainda no ventre. O fogo a toca, mas não a queima, em vez disso traz a vida três dragões dos ovos que ela colocara na fogueira. Daenerys determinada a resgatar seu lugar de direito e lutar pelo seu povo além do mar, lidera o que restou do khalasar de Drogo, sem olhar para trás, com a força do dragão.

Daenerys e sua Prata, na série de TV Game Of Thrones.

A patrulha da noite, não toma partido nas guerras, mas agora tem de enfrentar um mal maior e além do seu entendimento, então marcha para além da muralha para enfrentar sua própria batalha. Os acontecimentos além da muralha obrigam Jon a tomar atitudes necessárias embora dolorosas.

Esse é o cenário que encontramos em A fúria dos reis, onde a narrativa de Martin que já me conquistou no primeiro volume da série vai ganhando forma, e desenrolando essa guerra de tronos, onde a traição é quem realmente reina e ninguém esta seguro.