Diva - José de Alencar - Clássico da Literatura Brasileira

Editora: Martin Claret

Páginas: 143

Sinopse: Romance lançado em 1864, pertence aos chamados romances urbanos de Alencar. Nele é narrada a história de paixão de Augusto pela bela e fatal Emília e tem-se o panorama da sociedade fluminense do século XIX, a qual está repleta de convenções e relações humanas baseadas no interesse.

A história é narrada em primeira pessoa, e é uma carta escrita por Augusto para seu amigo Paulo, contando sua história que enquanto médico recém formado, cujo primeiro caso de sua carreira foi tratar da pneumonia de Emília  uma menina de 14 anos cheia de recatos e valores que faziam-na até mesmo  negar-se a ser examinada por ele.

Augusto cuidou de seu caso com o maior desvelo e dedicou a ela seu suor e suas lágrimas. Vencida a enfermidade, o recém formado médico, recusou a generosa gratificação oferecida pelo pai de Emília, prometendo recebê-la somente quando precisasse. 

Os anos se passaram e agora aos 18 anos aquela garota é a estrela dos salões da corte Fluminense, cuja beleza acompanhada do valoroso dote vindo de sua família abastada, faz com que todos os homens se curvem diante de si. 

Augusto apaixona-se então por essa garota, que lhe deve a vida. No entanto, Mila não se apega a essa divida de gratidão, e pelo contrario, humilha e despreza o rapaz sempre que pode.

Ao longo da história os laços entre Augusto e Mila se estreitam de modo que eles acabam se tornando parte indispensável da vida um do outro, esse ódio torna-se esconderijo de uma devotada amizade e de uma fulminante paixão.

Esse é mais um dos romances de José de Alencar cujo centro é uma mulher de personalidade forte, e autora de seu destino apesar das convenções da época. E mostra ainda o poder do dinheiro sobre a vida das pessoas, embora esse não fosse o principal interesse de Augusto,por vezes ele afirmou que fosse a fim de rebater as humilhações de Emília.

Indico essa obra para aqueles que apreciam romances e Clássicos da Literatura Brasileira.

Trechos:

"Fora assim, Paulo, que se formara essa natureza tímida ao mesmo tempo que audaz. Havia nela a transfusão de duas almas, uma alma de criança e outra alma de heroína. Só em face da natureza, a agreste poesia daqueles ermos comunicava com seu espírito e o enchia de arrojos admiráveis. Em presença de alguém a vida soldava-se no íntimo como num invólucro impenetrável; restava apenas na superfície uma sensibilidade irritável."

"Se o mundo soubesse um dia a história que eu te conto, Paulo, ele exclamaria sem duvida: "É impossível! Essa mulher não existiu!" E o mundo teria razão."