Confição de uma assassina

   Eu o matei e não foi por você! Acho que você não queria ouvir, não é? Mas está dito. Pena que você não possa me ouvir nem me prender, pois estou longe demais, não é Fernando? Seu pai está morto e a mulher que você ama é que o matou, não é cômico? Entretanto o que me faz rir mais é o fato desta mulher, Alice correto, ser a esposa, ou melhor, a viúva dele. 

   Mas eu, agora não mais Alice, não posso me vangloriar sozinha, afinal você e seu "papai", me ajudaram muito. Ele me deu toda está fortuna e você me poupou de ir para a prisão. Ainda me lembro da nossa conversa quando você chegou em casa e o encontrou morto:

  "O que houve? Pai!! Pai!! O que você fez Alice?" - Lágrimas caíam do meu rosto de tanta alegria de me ver livre daquele velho asqueroso, mas você achou que era tristeza ou talvez medo.

  "Eu.. não podia mais ver como ele te tratava... meu coração... eu queria ir atrás de você todas as vezes que vocês discutiam, mas... eu não podia, casada com ele... "

  "Você matou meu pai por mim?" - sua voz era tão doce que me deu vontade de rir, mas me controlei e continuei o teatrinho, sabia que ia te comover toda aquela baboseira.

  "Não, por nós. para podermos ficar juntos, para me desculpar por me casar com ele." Você quase sorriu, mas lembrou a situação, me abraçou e disse para que eu fosse embora que você cuidaria de tudo como sempre. Sai correndo e deixei tudo com você. No dia seguinte recebi uma ligação, estava na casa da minha mãe, a desculpa perfeita, você diria. Ai você foi preso, fingi sofrer muito e comecei a pagar um advogado, queria só ver quando ele te falou que não cuidaria mais do caso por falta de pagamento.
   Apesar de tudo devo dizer que sentirei falta do seu corpinho malhado, mas eu posso arranjar outro igual ou melhor. Quando receber está carta nada convencional, eu já estarei perdia no mundo.

Um beijo, da sua (ex) Alice.