Um conto do Destino – Mark Helprin

Editora: Novo Conceito

Páginas: 720

Sinopse: É possível amar alguém tão plenamente que a pessoa não pode morrer? Entre o amor e o destino, entre a luz e a escuridão, milagres podem acontecer! Em uma noite especialmente fria, o exímio mecânico – e larápio – Peter Lake consegue invadir uma mansão do Upper West Side que mais parece uma fortaleza. Ele pensa que não há ninguém em casa, mas a filha do dono o surpreende em plena ação. Assim começa o romance entre o ladrão de meia-idade e Beverly Penn, uma jovem que tem pouco tempo de vida. O amor que os une é tão poderoso que levará Peter Lake, um homem simples e sem instrução, a desejar parar o tempo e trazer os mortos de volta. Surpreendente e intenso, "Um Conto do Destino" nos transporta do século 19 ao final do século 20, na virada do milênio. Os personagens se encontram e se perdem ao sabor do destino, que insiste em brincar com aqueles que encontra pelo caminho. Uma pintura mágica da beleza e do amor, sobre a morte que desafia e sobre a vida que se afirma sobre ela.

Palavras:

A beleza está em todos os detalhes, mas até mesmo belos detalhes podem sobrar.

Um conto do Destino é reunião de 4 livros em 1. E possui tanta história que fica difícil saber o que priorizar nesta resenha.

Tudo começa com Peter Lake desde como chegou a New York passando por seus problemas com Pearly (líder da gangue Rabos Curtos) até chegar a Beverly, sempre em companhia do adorável cavalo branco, Athansor. Após apresentados e abordados diversos pontos que envolvem os personagens anteriores, seguimos a segunda parte, na qual nossos protagonistas são Virgínia e Hardesty, aqui conhecemos a fundo os protagonistas, como chegaram a NY e como se ligaram a ela.

Na terceira, conhecemos os jornais The Sun e o The Ghost, que são mencionados diversas vezes ao longo de toda a narrativa, porque um foi fundado pelo pai de Beverly.  Na quarta e última parte vemos diversos pontos se ligando e respostas ou algo próximo a isso aparecendo.

Nossa (!), pelo meu micro resumo, nem parece que é tanta história quanto a que vi.

Bem, com uma narrativa em terceira pessoa e extremamente detalhista, o autor nos conduz por um enredo que mescla a realidade dura com a leveza e encantamento das lendas e do destino. Passando ao longo dos séculos e regiões, mas sempre voltando a NY ou estando ligada a mesma. Agora escrevendo essa resenha e repensando tudo que li, arrisco a concluir que New York, não é um “mero” plano de fundo, mas sim uma das partes mais importantes, quase um protagonista.

Há diversos personagens e em sua maioria eles são cativantes de alguma forma, mas não consegui gostar da Beverly e do Peter Lake na primeira parte da história, por mais belo que fossem como um casal, eles não me conquistaram. Tanto que essa parte foi a mais difícil durante a leitura e cheguei a pensar em desistir.

Fui forte e segui para a segunda sem grandes expectativas. Uma grata surpresa foi ver que o livro é mais do que as resenhas que já havia lido demostravam. E conhecer personagens como Jesse Honey (criaturinha curiosa!), Sra Gamely e Praeger, deram-me uma nova motivação e com as próximas partes me envolvi mais. Cheguei até a simpatizar um pouco mais com o Peter.

As cenas são descritas de forma tão detalhista e poética que poderiam ser um quadro que estava a minha frente. Confesso que esses detalhes foram bem cansativos em alguns momentos. Pois se estendiam desde as cenas até os personagens. E infelizmente, não sou fã desse extremo.

Há uma beleza na história e um “fator x” que encanta, mas não é o tipo de história que me motivaria a reler o livro todo (e olha que não estou considerando o tamanho), não sei como expressar o porquê exato, mas é mais ou menos assim: É lindo, mas uma vez é suficiente.

Indico para quem gosta de romances cotidianos com um toque de misticismos e encantamento. Mas atenção esse não é um livro para se ler rapidamente, principalmente se você, caro leitor, não gostar de leituras detalhistas.

Imagens e Trechos:

O cavalo mais incrível de todos os tempos.

“A cidade jaz no fundo deste lago. Aqui do alto, parece pequena e distante, mas a energia do lugar é visível, pois, mesmo quando a cidade parece não ser maior do que um inseto, ela está viva. Estamos caindo agora, e a nossa descida rápida e discreta nos levará a uma vida que está florescendo no silêncio de outra época. Enquanto descemos lentamente em meio ao silêncio completo, rumo a uma superfície que novamente se descongela, somos confrontados por uma paisagem tomada pelas cores do inverno. Elas são muito fortes, e nos atraem.”

“Conforme a velocidade de Athansor aumentava, as nuvens que passavam por eles se transformaram em um borrão branco. Peter Lake pensou na cidade.”

Classificação:

Essa resenha também foi publicada no Arca Literária

Esse livro fez parte da Maratona Eu Sou Doideira II e eu tive que escolher um música para ele, para saber qual clique aqui. E desculpa a semana sem postagens, a internet não colaborou muito. ;)